No plano tecnológico da educação não há grande preocupação com a organização do currículo. No entanto, trata-se de dotar as escolas de equipamentos e mecanismos de comunicação e gestão, o que de certo modo aproxima a escola do modelo de organização de uma empresa, com os recursos tecnologicamente adequados, de acordo a sociedade e cultura desejáveis por este governo.

Segundo o modelo tradicionalista, este plano não deveria por em causa o arranjo educacional existente, ou seja, a indução da utilização pedagógica das TIC nomeadamente na realização da avaliação escolar não deveria ser uma preocupação, mas no entanto é-o.

Apesar de não haver uma alteração clara do currículo, há uma ampliação dos seus objectivos através da integração quotidiana da TIC na sala de aula.

No entanto, pergunto-me se não estará este governo a fazer com as TIC a mesma coisa que já se tentou fazer no século passado com outras tecnologias que se pensavam que iriam revolucionar o ensino? Não será um exagero de recursos, só para dizer que se é tecnologicamente mais avançado? Não me parece que estas medidas tragam mudança só por si, sem que haja investimento na formação dos professores e hábitos de uso destas tecnologias. De acordo com o Plano esta formação virá tarde e talvez à pressa, o que não lhe institui grande credibilidade ou funcionalidade.

No que respeita a aspectos positivos do Plano, acho louvável que se esteja a tentar aproximar Portugal dos padrões europeus e a facilitar o acesso à tecnologia a grande parte dos jovens cidadãos portugueses. A certificação que se pretende fornecer também é uma medida importante, pois esclarece oficialmente as competências adquiridas nesta área, assim como o é também o nível de segurança que se pretende que haja nas escolas, através da videovigilância e o cartão magnético.

Pessoalmente, tenho muitas dúvidas sobre o sucesso educativo destas medidas ou acerca das alterações que realmente causarão no sistema de ensino português.